Ministra do Turismo de Lula tem ligação com miliciano do Rio; veja a justificativa
A divulgação sobre o elo do grupo político da ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União), e o ex-PM Juracy Prudêncio, o Jura, condenado a 26 anos por comandar uma milícia na Baixada Fluminense, provocou constrangimento no terceiro dia de mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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A assessoria da ministra afirmou, em nota, que Daniela recebeu apoio político em diversos municípios nas eleições de 2018.
“Ela ressalta que o apoio político não significa que ela compactue com qualquer apoiador que porventura tenha cometido algum ato ilícito. Daniela Carneiro salienta que compete à Justiça julgar quem comete possíveis crimes”, diz a nota.
QUEM É JURA?
O ex-cabo da Polícia Militar do Rio de Janeiro foi preso em 2009 sob acusação de chefiar uma milícia, chamada “Bonde do Jura”, que praticava, segundo a Justiça, ameaças, extorsões e homicídios em bairros de Belford Roxo, Queimados, Nova Iguaçu e São João de Meriti, cidades da Baixada Fluminense.
Ele também é acusado de matar um jovem em Nova Iguaçu em razão de uma briga entre a irmã da vítima e a namorada de um dos integrantes do “Bonde do Jura”.
Ele foi condenado em 2014 pelos dois crimes a penas que, somadas, chegam a 26 anos de prisão.
Jura participou de atos de campanha da ministra em 2018, entregando panfletos, participando de reuniões e caminhadas ao lado da então candidata a deputada federal.
Na eleição do ano passado, a mulher do miliciano, Giane Prudêncio, também participou da campanha. Ela esteve no palco no evento de lançamento da candidatura da ministra, bem como organizou caminhadas a favor de Daniela, com uso de material de campanha como bandeiras, faixas, panfletos e adesivos.
O miliciano também foi chamado de “liderança” por Daniela após uma caminhada de campanha. Ainda compareceu à festa de aniversário do prefeito de Belford Roxo, Waguinho (União), marido da ministra, após a campanha em 2018.
Como o miliciano participou de uma campanha se estava condenado? Jura participou da campanha no período em que cumpria sua pena em regime semiaberto -desde julho de 2017.
Ele tinha autorização para sair da prisão de segunda a sexta-feira e trabalhar entre 8h e 17h, e aos sábados, de 8h às 14h. A participação em atos de campanha não fazia parte da autorização dada ao miliciano.

