VÍDEO | Parentes questionam ação policial que resultou na morte de jovem na Vila da Prata em Manaus
A versão contradiz a nota oficial da polícia, que afirma ter havido confronto e o jovem foi baleado após receber a equipe a tiros
Manaus – A morte de João Paulo Maciel, de 19 anos, em um suposto confronto com a Polícia Militar na noite desta terça-feira (28), no beco Arthur Virgílio, bairro Vila da Prata, zona oeste de Manaus, está sendo contestada por seus familiares. Em um relato à equipe da TV Diário do Grupo Diário de Comunicação (GDC) nesta quarta-feira (29), um parente da vítima acusou a equipe da Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam) de ter chegado ao local já atirando e executado o jovem após rendê-lo. A versão contradiz a nota oficial da polícia, que afirma ter havido confronto e que o jovem foi baleado após receber a equipe a tiros.
O parente de João Paulo, que preferiu não se identificar por segurança, afirmou que a ação da polícia foi repentina e violenta. Segundo ele, a Rocam não deu chance para qualquer reação ou negociação.
“Eles chegaram, foi de repente, eles chegaram já atirando em todo mundo, mandando todo mundo se trancar, fechar a porta. Ai renderam o João Paulo, desceram com o João Paulo rendido em uma escada, um portãozinho, desceram lá pra baixo daquelas casas e executaram o João Paulo,” disse o homem.
O familiar descreveu a cena após a ação.
“Aí quando eles saíram já, lá de baixo, subindo a escada e retornando, já retornaram com o João Paulo já enrolado no lençol e jogaram dentro da viatura, da polícia, e eles não deixavam ninguém entrar no Beco, fecharam as áreas no Beco. Ninguém entrava e ninguém saía,” continuou.
Questionado sobre a presença de criminosos no beco, o familiar confirmou que havia pessoas com envolvimento com o tráfico de drogas, mas garantiu que João Paulo não era uma delas.
“Naquele momento, tinham algumas pessoas ali que até poderiam ter um envolvimento com a criminalidade, mas que não era o caso do João Paulo. João Paulo era um menino de boa, todo mundo gostava dele. Era um menino querido, 19 anos, não mexia com ninguém.”
O parente reforçou que a inocência de João Paulo foi o motivo pelo qual ele não fugiu, diferentemente dos envolvidos com o crime.
“Tinha uns dois que eram envolvidos com coisa errada. Aí correram e, justamente o João Paulo não correu, porque ele não mexia com coisa errada. Era um menino inocente, um menino novo, um menino franzino, um menino daquele ali, com uns 15 policiais, não era pra fazer uma barbaridade, um crime daquele que fizeram com o João Paulo.”
O familiar também confirmou a existência de vídeos que circulam nas redes sociais, nos quais João Paulo aparece no momento da abordagem. O jovem é visto já rendido e sendo levado para fora do alcance das câmeras, para reaparecer em um vídeo posterior sendo carregado pelos policiais.
“O João Paulo era um menino bom. A gente vê nas filmagens, que pegam ele já detido, não teve reação, não houve troca de tiro, não houve nada disso, o que eles alegam, o que eles falam,” disse o parente, em direta contradição à nota da polícia.
A família afirma que buscará medidas legais e confia na Justiça para punir os envolvidos.
“Eu creio que na justiça do Amazonas tem capacidade para expulsar esses policiais que não tem competência,” concluiu o familiar.
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